Na madrugada de sexta-feira (28), um grupo armado teria atacado o acampamento Hugo Cháves, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que reocuparam na última quinta-feira (26), a Fazenda Santa Tereza, no município de Marabá, sudeste do Pará. Segundo o movimento, policiais teriam ateado fogo em carros e motos dos acampados e atirado contra as famílias. A Polícia Militar informou que aguarda o trabalho de levantamento feito por policiais da Delegacia de Conflitos Agrários (Deca) de Marabá, a fim de identificar o cenário dentro da propriedade.

“No início os policiais chegaram no local e disseram que era pra todo mundo ficar quieto e que não era pra ninguém fazer nada porque eram policiais que estavam lá. Após isso eles começaram a tocar o terror dentro do acampamento”, contou Niele, que faz parte do movimento.

Ainda de acordo com o MST, os policias teriam tocado fogo em nove carros e nove motos dos acampados, em seguida eles teriam atirado em direção ao acompanhamento para amedrontar as famílias. No momento do tiroteio, as famílias correram para dentro da mata. O MST não confirmou nenhum ferido.

O MST disse ainda que solicitou a presença da DECA ao local do conflito para fazer a denúncia a invasão e que eles teriam se negado ir até o local. Na tarde de sexta-feira (28), após uma visita da DECA ao local, uma das acampadas teria reconhecido um dos policiais que teria participado do ataque.

Em Nota, o Comando de Policiamento Regional 2 da Polícia Militar, com sede em Marabá, disse que acompanha a movimentação na fazenda Santa Tereza, propriedade que foi reintegrada em 2017 por determinação judicial, mas invadida novamente, dias atrás, por cerca de 600 pessoas e que na ocasião teriam queimado equipamentos como tratores. A PM esclarece que no caso de invasão de propriedade por orientação do Ministério Público do Estado, deve evitar o uso da força e agir somente mediante decisão judicial.